Mosaico de Pensamentos e Textos

sábado, novembro 05, 2005

Mães más


Meus filhos, um dia, quando vocês forem crescidos o suficiente para entender a lógica que motiva os pais e as mães, eu hei de lhes dizer / perguntar:

* Eu os amei o suficiente para ter perguntado: aonde vão, com quem vão e a que horas regressarão?

* Eu os amei o suficiente para não ter ficado em silêncio e fazer com que vocês soubessem que aquele novo amigo não era boa companhia.

* Eu os amei o suficiente para os fazer pagar as balas que tiraram da mercearia e os fazer dizer ao dono: "nós roubamos isto ontem e queríamos pagar".

* Eu os amei o suficiente para ter ficado em pé junto de vocês por uma hora, enquanto limpavam o seu quarto; tarefa que eu teria realizado em quinze minutos.

* Eu os amei o suficiente para os deixar ver além do amor que eu sentia por vocês, o desapontamento e também as lágrimas nos meus olhos.

* Eu os amei o suficiente para os deixar assumir a responsabilidade das suas ações, mesmo quando as conseqüências eram tão duras que me partiam o coração.

* Mais do que tudo, eu os amei o suficiente para dizer-lhes não, quando eu sabia que vocês poderiam me odiar por isso.


* Essas eram as mais difíceis batalhas de todas. Estou contente..., venci... porque no final vocês venceram também!

* E, qualquer dia, quando meus netos forem crescidos o suficiente para entender a lógica que motiva os pais e as mães, meus filhos vão lhes dizer quando eles lhes perguntarem se a sua mãe era má: "sim... nossa mãe era má".

* Era a mãe mais má do mundo. As outras crianças comiam doces no café da manhã e nós tínhamos de comer pão, queijo, leite."

* As outras crianças bebiam refrigerante e comiam batatas fritas e sorvete no almoço e nós tínhamos de comer arroz, feijão, carne, legumes e frutas.

* Ela nos obrigava a jantar à mesa, bem diferente das outras mães, que deixavam os filhos comer vendo televisão. Ela insistia em saber onde nós estávamos a toda hora. Era quase uma prisão.

* Mamãe tinha que saber quem eram os nossos amigos e o que nós fazíamos com eles. Insistia que lhe disséssemos quando íamos sair, mesmo que demorássemos só uma hora ou menos.

* Nós tínhamos vergonha de admitir, mas ela violou as leis de trabalho infantil. Nós tínhamos de lavar a louça, fazer as camas, lavar a roupa, aprender a cozinhar, aspirar o pó do chão, esvaziar o lixo e todo o tipo de trabalhos cruéis.

* Eu acho que ela nem dormia à noite, pensando em coisas para nos mandar fazer.

* Ela insistia sempre conosco para lhe dizer a verdade, e apenas a verdade.

* E quando éramos adolescentes, ela até conseguia ler os nossos pensamentos.

* A nossa vida era mesmo chata. Ela não deixava os nossos amigos tocarem a buzina para que nós saíssemos.

* Tinham de subir, bater na porta para ela os conhecer. Enquanto todos podiam sair à noite com doze, treze anos, nós tivemos de esperar pelos dezesseis.

* Nossos amigos dirigiam o carro dos pais mesmo sem ter habilitação, mas nós tivemos que esperar os dezoito anos para aprender, como pede a lei.

Por causa da nossa mãe, nós perdemos muitas experiências da adolescência.
* Nenhum de nós esteve envolvido em roubos, atos de vandalismo, violação de propriedade, nem fomos presos por nenhum crime.

* Foi tudo por causa dela. Agora já saímos de casa. Somos adultos, honestos e educados, e estamos fazendo o possível para ser, também, "pais maus", tal como a nossa mãe.

Eu acho que este é um dos males do mundo de hoje: não há suficientes mães más como a nossa mãe o foi...

(autor desconhecido)