Mosaico de Pensamentos e Textos

segunda-feira, julho 31, 2006

O amor

Quando encontrar alguém e esse alguém fizer seu coração parar de funcionar por alguns segundos, preste atenção: pode ser a pessoa mais importante da sua vida.

Se os olhares se cruzarem e, neste momento, houver o mesmo brilho intenso entre eles, fique alerta: pode ser a pessoa que você está esperando desde o dia em que nasceu.

Se o toque dos lábios for intenso, se o beijo for apaixonante, e os olhos se encherem d'água neste momento, perceba: existe algo mágico entre vocês.

Se o primeiro e o último pensamento do seu dia for essa pessoa, se a vontade de ficar juntos chegar a apertar o coração, agradeça: Deus te mandou um presente divino - O Amor.

Se um dia tiverem que pedir perdão um ao outro por algum motivo e em troca receber um abraço, um sorriso, um afago nos cabelos e os gestos valerem mais que mil palavras, entregue-se: vocês foram feitos um prooutro.

Se por algum motivo você estiver triste, se a vida te deu uma rasteira e a outra pessoa sofrer o seu sofrimento, chorar as suas lágrimas e enxugá-las com ternura, que coisa maravilhosa: você poderá contar com ela em qualquer momento de sua vida.

Se você conseguir, em pensamento, sentir o cheiro da pessoa como se ela estivesse ali do seu lado...

Se você achar a pessoa maravilhosamente linda, mesmo ela estando de pijamas velhos, chinelos de dedo e cabelos emaranhados...

Se você não consegue trabalhar direito o dia todo, ansioso pelo encontro que está marcado para a noite...

Se você não consegue imaginar, de maneira nenhuma, um futuro sem a pessoa ao seu lado...

Se você tiver a certeza que vai ver a outra envelhecendo e, mesmo assim, tiver a convicção que vai continuar sendo louco por ela...

Se você preferir morrer, antes de ver a outra partindo: é o amor que chegou na sua vida. É uma dádiva.

Muitas pessoas apaixonam-se muitas vezes na vida, mas poucas amam ou encontram um amor verdadeiro. Ou às vezes encontram e, por não prestarem atenção nesses sinais, deixam o amor passar, sem deixa-lo acontecer verdadeiramente. É o livre-arbítrio.

Por isso, preste atenção nos sinais - não deixe que as loucuras do dia-a-dia o deixem cego para a melhor coisa da vida: O Amor.

(Carlos Drummond de Andrade)

domingo, julho 30, 2006

A Torcida da sua vida

Mesmo antes de nascer, já tinha alguém torcendo por você.

Tinha gente que torcia para você ser menino. Outros torciam para você ser menina.

Torciam para você puxar a beleza da mãe, o bom humor do pai. Estavam torcendo para você nascer perfeito.

Daí continuaram torcendo.Torceram pelo seu primeiro sorriso, pela primeira palavra, pelo primeiro passo.

O seu primeiro dia de escola foi a maior torcida. E o primeiro gol, então?

E de tanto torcerem por você, você aprendeu a torcer.

Começou a torcer para ganhar muitos presentes e flagrar Papai Noel. Torcia o nariz para o quiabo e a escarola.

Mas torcia por hambúrguer e refrigerante. Começou a torcer até para um time. Provavelmente, nesse dia, você descobriu que tem gente que torce diferente de você.

Seus pais torciam para você comer de boca fechada, tomar banho, escovar os dentes, estudar inglês e piano.

Eles só estavam torcendo para você ser uma pessoa bacana.

Seus amigos torciam para você usar brinco, cabular aula, falar palavrão. Eles também estavam torcendo para você ser bacana.

Nessas horas, você só torcia para não ter nascido. E por não saber pelo que você torcia, torcia torcido.

Torceu para seus irmãos se ferrarem, torceu para o mundo explodir.

E quando os hormônios começaram a torcer, torceu pelo primeiro beijo, pelo primeiro amasso.

Depois começou a torcer pela sua liberdade.

Torcia para viajar com a turma, ficar até tarde na rua. Sua mãe só torcia para você chegar vivo em casa.

Passou a torcer o nariz para as roupas da sua irmã, para as idéias dos professores e para qualquer opinião dos seus pais.

Todo mundo queria era torcer o seu pescoço.

Foi quando até você começou a torcer pelo seu futuro.Torceu para ser médico, músico, advogado.

Na dúvida, torceu para ser físico nuclear ou jogador de futebol. Seus pais torciam para passar logo essa fase.

No dia do vestibular, uma grande torcida se formou. Pais, avós, vizinhos, namoradas e todos os santos torceram por você.

Na faculdade, então, era torcida pra todo lado. Para a direita, esquerda, contra a corrupção, a fome na Albânia e o preço da coxinha na cantina.

E, de torcida em torcida, um dia teve um torcicolo de tanto olhar para ela. Primeiro, torceu para ela não ter outro. Torceu para ela não te achar muito baixo, muito alto, muito gordo, muito magro.

Descobriu que ela torcia igual a você. E de repente vocês estavam torcendo para não acordar desse sonho.

Torceram para ganhar a geladeira, o microondas e a grana para a viagem de lua-de-mel.

E daí pra frente você entendeu que a vida é uma grande torcida. Porque, mesmo antes do seu filho nascer, já tinha muita gente torcendo por ele.

Mesmo com toda essa torcida, pode ser que você ainda não tenha conquistado algumas coisas.

Mas muita gente ainda torce por você!

(Carlos Drummond de Andrade)

sábado, julho 29, 2006

Renascendo...

Precisamos acordar todas as manhãs
Com o olhar brilhante,
Mesmo que haja chuva,
Renascendo de todo o passado,
Pois o presente é o tempo de amar,
É o tempo de viver, de perdoar e de ser perdoado.
O importante é viver com plenitude,
Renascendo sempre, em cada manhã....

(autor desconhecido)

domingo, julho 23, 2006

Origem da palavra Sincera

Sincera é uma palavra doce e confiável.
Sincera é uma palavra que acolhe ... e essa é uma palavra que deveria estar no vocabulário de toda alma.
Sincera foi uma palavra inventada pelos romanos.
Sincera vem do velho, do velhíssimo latim...

Eis a poética viagem que fez sincera de Roma até aqui:
Os romanos fabricavam certos vasos de uma cera especial.
Essa cera era, às vezes, tão pura e perfeita que os vasos se tornavam transparentes.
Em alguns casos, chegava-se a se distinguir um objeto , um colar, uma pulseira ou um dado , que estivesse colocado no interior do vaso.
Para o vaso, assim fino e límpido, dizia o romano vaidoso:
- Como é lindo... parece até que não tem cera!
"Sine-cera" queria dizer: "sem cera" uma qualidade de vaso perfeito, finíssimo, delicado, que deixava ver através de suas paredes; e da antiga cerâmica romana, o vocábulo passou a ter um significado muito mais elevado.

Sincero é aquele que é franco, leal, verdadeiro, que não oculta, que não usa disfarces, malícias ou dissimulações.

O sincero, à semelhança do vaso, deixa ver, através de suas palavras, os nobres sentimentos de seu coração.

(Malba Tahan)

sexta-feira, julho 21, 2006

Encerrando um ciclo

Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final. Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver. Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos - não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram.

Foi despedido do trabalho? Terminou uma relação? Deixou a casa dos pais? Partiu para viver em outro país? A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações? Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu. Pode dizer para si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó. Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seu marido ou sua esposa, seus amigos, seus filhos, sua irmã, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado.

Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco. O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar.

As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora. Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem.

Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração - e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar. Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se. Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos.

Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais. Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do "momento ideal".

Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou jamais voltará. Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa - nada e insubstituível, um hábito não é uma necessidade. Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante.

Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida. Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira.

Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é.

(Paulo Coelho)

quinta-feira, julho 20, 2006

Amizade

Amizade não se explica
Amigos sabem quando serão amigos,
Pois compartilham momentos...
Estão sempre lado a lado... Nas conquistas, nas derrotas...
Nas horas boas e nas dificeis...
Amizade nem sempre é pensar do mesmo jeito,
Mas abrir mão de vez em quando...
Amizade é ter uma irmã
Que não mora na mesma casa...
É compartilhar segredos, emoções...
É compreensão, é diversão...
E contar com alguém, sempre que precisar
É ter algo em comum...
É não ter nada em comum...
É não ter nada em comum mesmo...
É saber que se tem mais em comum do que se imagina...
É sentir saudade, é querer dar tempo...
É dar preferência, é bater um ciúme
Amizade que é amizade nunca acaba...
Mesmo que a gente cresçaa,
E apareçam outras pessoas no nosso caminho...

Amizade não se explica... ela, simplesmente existe!!!

(autor desconhecido)

terça-feira, julho 18, 2006

Mensagem

Nasceste no lar que precisavas, vestiste o corpo físico que merecias.
Moras onde melhor Deus te proporcionou, de acordo com teu adiantamento.

Possuis os recursos financeiros coerentes com as tuas necessidades, nem mais, nem menos, mas o justo para as tuas lutas terrenas.

Teu ambiente de trabalho é o que elegeste espontaneamente para a tua realização.

Teus parentes, amigos são as almas que atraíste, com tua própria afinidade.

Portanto, teu destino está constantemente sob teu controle.
Tu escolhes, recolhes, eleges, atrais, buscas, expulsas, modificas tudo aquilo
que te rodeia a existência.

Teus pensamentos e vontade são a chave de teus atos e atitudes....
São as fontes de atração e repulsão na tua jornada vivência.
Não reclames nem te faças de vítima.
Antes de tudo, analisa e observa.
A mudança está em tuas mãos.
Reprograma tua meta,
Busca o bem e viverás melhor.
Embora ninguém possa voltar atrás e qualquer um pode Começar agora e fazer um Novo Fim.

(Chico Xavier)

terça-feira, julho 11, 2006

Cinquentona

Minha amiga Sylvia fez 50 anos e deu uma linda festa para os amigos. Brigadeiros, casadinhos, olhos-de-sogra, além de salgados e bebidas à vontade. No centro da mesa, iluminado por cinqüenta velinhas, um colossal e saboroso bolo de aniversário.

Ah, e também, claro, com direito a um coro de muitas vozes cantando "Parabéns pra Você". - Que, coragem - brincou o Zé Mário, nosso velho companheiro das noitadas de pôquer. Sylvia rebateu em cima:
- Por quê? Acha que ainda escondo a minha idade? Já superei isso, meu caro.
- No seu caso não é esconder -continuou Zé Mário.
- Pra que declarar, se você aparenta menos?
- Mas é justamente por isso que sinto tanto prazer em revelar minha verdadeira idade. É para ver as pessoas admiradas. Meus 50 anos não são um peso, mas um prêmio, um troféu, uma tocha olímpica que carrego com orgulho pela vida afora. Que é que você pensa? Sou uma cinqüentona e ainda bato um bolão!

E, nesse clima de feliz comemoração, varamos a noite, o champanhe gelado, o vinho rubro.

E não é preciso dizer que a aniversariante reinou o tempo todo, dançando sem parar, nocauteando homens até dez anos mais novos do que ela.
Como o seu próprio marido, o terceiro, que, no sábado próximo, estará completando 41 anos. Sei que nem todas as mulheres são Sylvia.

E que, para ser como ela, é preciso muita vontade, algum sacrifício e uma boa dose de herança genética. Mas o mais necessário mesmo é a disposição para a felicidade e a certeza de que sempre, sempre estará em tempo de viver uma vida produtiva.

De qualquer maneira, mesmo as que não são Sylvia se sentem hoje mais livres do que nunca desse estigma que por décadas marcou todas elas e produziu um repertório imenso de piadas infames e cruéis: diminuir a idade.

Concluí que hoje em dia as mulheres de 50 não têm mais do que 30! Verdade. Muitas das minhas amigas já passaram dessa marca e nunca se sentiram tão bem.

Em 1980, escrevi alguns programas da série Malu Mulher para Regina Duarte. Num deles, Malu comemorava 33 anos. Dei a esse episódio o título: Antes dos 40, depois dos 30,colocando esse período de dez anos como o mais positivo na vida de uma mulher. Seu tempo de felicidade. Bem, isso foi em 1980. Vinte e cinco anos atrás. Hoje, eu não escreveria essa história. Hoje, sei que uma mulher pode ser feliz para sempre, levantando-se a cada tombo. Em sua maioria, elas já não entram em crise por causa da idade. Claro que não querem envelhecer. Ninguém quer. Mas esse não querer não está ligado apenas à aparência, mas à saúde, à boa disposição para enfrentar o dia e... - sem nenhuma dúvida - à certeza de que não existe idade que as impeçam de amar, ser amadas. E de ainda fazer bonito entre os lençóis de uma cama. Sylvia, por exemplo, tem tudo para botar um garotão com a língua de fora, sôfrego, cansado, pedindo um tempo.

Eu me lembro de uma vizinha, quando eu era criança, que, quando foi subitamente abandonada pelo marido, provocou em minha mãe esta frase: "Pobre Dolores! Sozinha aos 50 anos! O que vai ser dela agora?". A consternação da minha mãe traduzia o que se pensava de uma mulher que tivesse ultrapassado a marca dos 25, 30 anos no máximo.
Uma velha. Não sei o que aconteceu com a pobre Dolores, mas acredito que tenha arrastado por toda a vida a amargura e a desesperança.

Atualmente, uma separação aos 50 anos pode ser o começo de um novo tempo muitas vezes melhor, mais feliz do que o anterior.

Sem contar que, nos dias de hoje, um casamento que vai mal das pernas não dura até a mulher chegar aos 50. Acaba antes, já que elas não carregam uma vida infeliz por muito tempo.

Nas minhas novelas, procuro retratar as mulheres maduras, essas que já passaram dos 40. São elas que têm as melhores histórias para contar, as confissões mais tocantes, as lembranças mais ternas, os episódios mais picantes. Que ainda sofrem e choram, sim, mas que não sofrem nem choram para sempre. E que, quando fazem 50 anos, dão festa, convidam os amigos, apagam as velinhas e fazem coro em causa própria, cantando o "Parabéns prá Você!"

Por isso, digo e repito: bem-aventuradas as cinqüentonas! As que se renovam a cada dia, a cada instante, e que podem renascer incessante e indefinidamente repetindo os versos de Cecília Meireles "Aprendi com a primavera a deixar-me cortar e a voltar sempre inteira".

(Manoel Carlos)

sábado, julho 08, 2006

Empurre sua vaquinha ...

"Um sábio passeava na floresta com seu discípulo. Avistou uma casinha pobre, aos pedaços. Nela moravam um casal e três filhos - todos mal vestidos, sujos, magros e aparentando subnutrição. O sábio pergunta ao pai da família: "- Como vocês sobrevivem? Não vejo horta alguma. Não vejo plantação alguma. Não vejo animais".

O pai respondeu: "- Nós temos uma vaquinha que nos dá alguns litros de leite por dia. Uma parte do leite, nós tomamos. Outra trocamos na cidade vizinha por alimentos e roupas e assim vamos sobrevivendo...".

O sábio agradeceu e saiu novamente pelo seu caminho. Logo em seguida, o sábio avistou uma vaquinha e ordenou ao seu discípulo: "- Puxe aquela vaquinha até o precipício e a empurre precipício abaixo!" Mesmo sem compreender a ordem, o discípulo a cumpriu - empurrou a vaquinha no precipício! E ficou pensando na maldade do sábio em mandar matar a única fonte de subsistência daquela pobre família. Aquilo não saiu da cabeça do discípulo por muitos anos.

Alguns anos depois, passando pela mesma região, o discípulo lembrou-se da família e do episódio da vaquinha. Resolveu voltar àquela casinha e... surpresa!!!

No lugar da pobre casinha havia uma bela casa. Um pomar ao redor. Várias cabeças de gado. Um trator novo. Na porta da casa avistou o mesmo pai - agora bem vestido, limpo. saudável. Logo apareceram a mulher e os três filhos - todos bonitos e aparentando saúde e felicidade!

Quando o discípulo perguntou a razão de tanta mudança nesses últimos anos, o pai da família respondeu: "- A gente tinha uma vaquinha que caiu no precipício e morreu. Sem a vaquinha a gente teve que se virar e fazer outras coisas que nunca tinha feito. Começamos a plantar, criar animais, usar a nossa cabeça para sobreviver e daí a gente viu que era capaz de fazer coisas que nunca antes tinha imaginado e de conseguir coisas que a gente achava impossível porque nunca havia tentado fazer. Sem a vaquinha, a gente foi à luta e a gente só tinha essa alternativa - lutar para vencer!"

(Luiz Almeida Marins Filho. Ph.D.)

sábado, julho 01, 2006

No meio do caminho

No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra
Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra

(Carlos Drummond de Andrade)

Às vezes


Deus costuma usar a solidão para nos ensinar sobre a convivência.

Às vezes, usa a raiva para que possamos compreender o infinito valor da paz.

Outras vezes usa o tédio, quando quer nos mostrar a importância da aventura e do abandono.

Deus costuma usar o silêncio para nos ensinar sobre a responsabilidade do que dizemos.

Às vezes usa o cansaço, para que possamos compreender o valor do despertar.

Outras vezes usa a doença, quando quer nos mostrar a importância da saúde.

Deus costuma usar o fogo, para nos ensinar a andar sobre a água.

Às vezes, usa a terra, para que possamos compreender o valor do ar.

Outras vezes usa a morte, quando quer nos mostrar a importância da vida.

(Fernando Pessoa)