Mosaico de Pensamentos e Textos

terça-feira, outubro 25, 2005

Mensagem de vida

Se eu pudesse viver novamente a vida, na próxima trataria de cometer mais erros.

Não tentaria ser tão perfeito, relaxaria mais.

Seria mais tolo ainda do que tenho sido, na verdade, bem poucas coisas levaria a sério.

Seria menos higiênico.

Correria mais riscos, viajaria mais, contemplaria mais entardeceres, subiria mais montanhas, nadaria mais rios.

Iria a mais lugares onde nunca fui, tomaria mais sorvetes e menos lentilha, teria mais problemas reais e menos problemas imaginários.

Eu fui umas dessas pessoas que viveu sentada e improdutivamente cada minuto de sua vida, claro que tive momentos de alegria.

Mas se eu pudesse voltar a viver, trataria de ter somente bons momentos.

Porque se não sabem, disso é feita a vida, só de momentos bons, não os perca agora.

Eu era um desses que nunca ia a parte alguma sem um termômetro, uma bolsa de água quente, um guarda-chuva e um pára-quedas; se voltasse a viver, começaria a andar descalço do começo da primavera e continuaria assim até o fim do outono.

Daria mais voltas na minha rua, contemplaria mais amanheceres e brincaria com mais crianças, se tivesse outra vez uma vida pela frente.

Mas já viram, tenho 85 anos e sei que estou morrendo.”


(Jorge Luís Borges)

segunda-feira, outubro 24, 2005

É Fácil

É fácil dizer não...

É fácil fechar a porta, negar apoio a quem precisa...

É fácil criticar quem erra...

É fácil condenar quem já está condenado,
se esconder de quem necessita algo...

Difícil, mesmo,
é ajudar, apoiar,
incentivar, acreditar,
absolver, proteger,
acolher, amar...

Difícil, mesmo,
é abrir a porta
e dizer sim a quem te busca
na esperança de um afeto e um abrigo...

(Autor desconhecido)

domingo, outubro 23, 2005

Pontuação


Um homem rico, sentindo-se morrer, pediu papel e pena, e escreveu assim:

"Deixo os meus bens à minha irmã não a meu sobrinho jamais será paga a conta do alfaiate nada aos pobres".

Não teve tempo de pontuar e morreu. A quem ele deixava a fortuna que tinha? Eram quatro, os concorrentes.

Chegou o sobrinho e fez estas pontuações numa cópia do bilhete:

"Deixo os meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho. Jamais será paga a conta do alfaiate. Nada aos pobres".

A irmã do morto chegou em seguida, com outra cópia do escrito; e pontuou-o deste modo:

"Deixo os meus bens à minha irmã. Não a meu sobrinho. Jamais será paga a conta do alfaiate. Nada aos pobres".

Surgiu o alfaiate que, pedindo cópia do original, fez estas pontuações:

"Deixo os meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do alfaiate. Nada aos pobres".

O juiz estudava o caso, quando chegaram os pobres da cidade; e um deles, mais sabido, tomando outra cópia, pontuou-a assim:

"Deixo os meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do alfaiate? Nada! Aos pobres".

Assim é a vida, nós é que colocamos os pontos e isto faz a diferença.

Como você anda pontuando sua vida?

quinta-feira, outubro 20, 2005

Como era bom chorar


Há quanto tempo você não chora um choro daqueles bem bons, com direito a soluçar e fazer um pouco de barulho? Ah faz muito tempo, e não por falta de razões - muito pelo contrário. É que com tudo se acostuma, inclusive com os sofrimentos, os maus tratos, as injustiças, as dores.

Houve um tempo em que se ia ao cinema e bastava aparecer uma pobre criança castigada pelas maldades cometidas pela madrasta e nossos olhos se enchiam de lágrimas; hoje, se se for chorar pelas crianças que sofrem - e todas sofrem, inclusive as ricas - não se faz outra coisa na vida. Aliás, há quanto tempo você não reage com um bom choro a alguma coisa que fizeram contra você? Ou vai me dizer que há anos a vida só faz te tratar bem?

Aprendemos a segurar, quando levamos uma rasteira no trabalho, sofremos uma deslealdade de um amigo ou uma traição do namorado, sem mudar de cara, carregando a dor lá dentro, tentando achar que a vida é assim mesmo, para ser considerada uma pessoa leve - ou se é leve, linda e solta ou ninguém nos agüenta.

Depois dos 35 não se chora nem quando se sente uma grande dor física; lembra do tempo em que as lágrimas pulavam, quando tomava injeção? Aliás, minto: o choro começava quando se era avisado de que vinha injeção por aí.

Na verdade, aprendemos a segurar, como se diz, todo e qualquer tipo de emoção; porque será? Quando se fala de homens, se sabe; machão não chora, não se magoa, não se enternece, não se sensibiliza, e pronto; só que as mulheres, por todas as razões que sabemos, quiseram se igualar aos homens, e acabaram ficando tão duras quanto inventaram que um homem deve ser - e nem são, coitadinhos; nem todos.

Você nunca ouviu falar de um tempo em que bastava que as mulheres chorassem para conseguir o que queriam?
Naquele tempo eles eram sensíveis a uma lágrima feminina, e bastava fazer uma cara triste e marejar os olhos para eles ficarem de quatro - ah, bons tempos aqueles.
Hoje, se uma mulher ameaçar levar para o lado da emoção qualquer problema, mesmo que ele esteja fazendo as malas para deixá-la, o mínimo que acontece é ficar falando sozinha; o homem, esse ser tão fraterno, generoso e solidário, tem verdadeiro pa-vor a mulheres que se comportam como mulheres, a não ser naquela hora - aquela.
Ou você nunca ouviu a frase "ah, não vai dar agora uma de apaixonada"? Que vida.

O que um homem espera de uma mulher?
Que ela seja quase como um homem, ou melhor, como ele; que entenda de economia - não a doméstica -, de esportes, de política internacional; que se transforme em surfista, tenista ou golfista - segundo as inclinações dele, claro -, que seja tão bonita quanto Fanny Ardant, tão feminina quanto Jacqueline Bisset, tão boa mãe quanto a mãe dele foi e tão séria quanto dona Ruth Cardoso vire uma Sharon Stone desvairada de desejo -por ele, claro. Simples, não?

Ela precisa ser durona, capaz de enfrentar qualquer tipo de problema sem fraquejar, e de encarar qualquer homem de frente, sem baixar os olhos - a não ser diante dele, claro, e só na hora de mostrar que está completamente seduzida; vale tudo, mas sem essas coisas de chorar, por favor.

Só que eles não sabem o que estão perdendo; se tivessem um pouquinho mais de experiência - e de paciência -, saberiam que não há nada melhor do que um bom aconchego durante e depois de uma crise de choro. Um homem que dá seu ombro para uma mulher chorar, que a ouve, que a consola - ah, mulher gosta muito dessas coisas.

Só que eles não sabem, já que elas não choram mais. Culpa de quem?
Sei lá.

Quando ela se virar de costas para você não suspeitar que ela está quase chorando, passe a mão na cabeça dela e diga "ah, não chora não, eu não posso ver você chorar’.
Ela vai gostar muito, e você não vai se esquecer, jamais, da maneira dela se encaixar no seu ombro, de ter uma chance, de cinco em cinco anos, de ser mulher como antigamente, quando era tão bom. E fique sabendo: se um dia você tiver uma crise de impaciência daquelas bem masculinas diante de uma mulher que sofre, e seu melhor amigo for conversar com ela e ouví-la carinhosamente, depois não se queixe - até porque em mulher não se pode confiar; não muito. Até porque elas gostam de se vingar, e não costumam confessar nenhum passo em falso, nem sob tortura. E se houver um clima tipo interrogatório, aí sim, elas são capazes de tudo, até de chorar, revoltadas com a desconfiança masculina e protestando inocência.

Homens e mulheres se entendem e bem que se merecem.


(Danuza Leão)

quarta-feira, outubro 19, 2005

Aprender sempre


Um dia aprenderá a diferença entre ser e ter.

Aprenderá que por pior que seja um problema ou uma situação, sempre existe uma saída...

Aprenderá que é bobagem fugir das dificuldades. Mais cedo ou mais tarde será preciso tirar as pedras do caminho para conseguir avançar....

Aprenderá que perdemos tempo nos preocupando com fatos que muitas vezes só existem na nossa mente....

Aprenderá que é necessário um dia de chuva para dar valor ao Sol, mas se ficarmos expostos muito tempo, o Sol queima....

Aprenderá que heróis não são aqueles que realizaram obras notáveis, mas os que fizeram o que foi necessário e assumiram as conseqüências dos seus atos...

Aprenderá que não vale a pena se tornar indiferente ao mundo e as pessoas.Vale menos a pena, ainda, fazer coisas para conquistar migalhas de atenção...

Aprenderá que não importa em quantos pedaços meu coração já foi partido. O mundo nunca parou para que eu pudesse consertá-lo...

Aprenderá que, ao invés de ficar esperando alguém me trazer flores, é melhor plantar um jardim...

Aprenderá que amar não significa transferir aos outros a responsabilidade de me fazerem feliz. Cabe a mim a tarefa de apostar nos meus talentos e realizar os meus sonhos...

Aprenderá que, o que faz diferença não é o que tenho na vida, mas QUEM eu tenho e que boa família são os amigos que escolhi...

Aprenderá que as pessoas mais queridas podem às vezes me ferir. E talvez não me amem tanto quanto eu gostaria, o que não significa que não me amem muito, talvez seja o máximo que conseguem.

Isso é o mais importante...

(autor desconhecido)

terça-feira, outubro 18, 2005

Busco um amigo


Busco um amigo...
que me diga a verdade,
que não camufle os meus defeitos,
que não despreze as minhas lágrimas!

Um amigo...
cuja presença traga alegria,
cujo silêncio transmita paz,
cuja escuta inspire confiança,
cujo sorriso dê esperança,
cuja lembrança infunda coragem,

Um amigo...
ao qual eu possa dizer: desculpa! Uma, duas, três vezes...

Um amigo...
que não me seja nem mestre, nem discípulo, mas um companheiro
com o qual eu possa caminha rumo ao infinito... em qualquer estação,
em qualquer circunstância, em qualquer momento.

Um amigo...
que conserve a sua intimidade sem esconder o seu pranto.

Um amigo...
que ao amanhecer não me diga "bom dia", mas me abra o seu coração
com um amável sorriso.

Um amigo...
que creia na amizade e a viva como uma audaz conquista de liberdade.

Um amigo...
cuja amizade seja como óleo doce, suave e perfumado,
extraído do fruto amargo de uma árvore espinhosa.

Um amigo...
que não se preocupe em dar ou receber, mas que seja capaz de
compartilhar.

Um amigo...
simples, sincero, natural...capaz de chorar,
mas sobretudo de sorrir.

(autor desconhecido)