Mosaico de Pensamentos e Textos

sábado, novembro 26, 2005

Palavras


As gramáticas classificam as palavras em substantivo, adjetivo, verbo, advérbio, conjunção, pronome, numeral, artigo e preposição.

Os poetas classificam as palavras pela alma porque gostam de brincar com elas e pra brincar com elas é preciso ter intimidade primeiro.

É a alma da palavra que define, explica, ofende ou elogia, se coloca entre o significante e o significado pra dizer o que quer, dar sentimento às coisas, fazer sentido.

Nada é mais fúnebre que a palavra fúnebre.

Nada é mais amarelo do que o amarelo-palavra.

Nada é mais concreto do que as letras c.o.n.c.r.e.t.o, dispostas nessa ordem e ditas dessa forma, assim, concreto, e já se disse tudo, pois as palavras agem, sentem e falam por elas próprias.

A palavra nuvem, chove.

A palavra triste, chora.

A palavra sono, dorme.

A palavra tempo, passa.

A palavra fogo, queima.

A palavra faca, corta.

A palavra carro, corre.

A palavra palavra, diz o que quer. E nunca desdiz depois.

As palavras têm corpo e alma, mas são diferentes das pessoas em vários pontos. As palavras dizem o que querem, está dito, e ponto.

As palavras são sinceras, as segundas intenções são sempre das pessoas.

A palavra juro não mente.

A palavra mando não rouba.

A palavra cor não destoa.

A palavra sou não vira casaca.

A palavra liberdade não se prende.

A palavra amor não se acaba.

A palavra idéia não muda. Palavras nunca mudam de idéia.

Palavras sempre sabem o que querem.

Quero não será desisto.

Sim nunca jamais será não.

Árvore não será madeira.

Lagarta não será borboleta.

Felicidade não será traição.

Tesão nunca será amizade.

Sexta-feira não vira Sábado nem depois da meia-noite.

Noite nunca vai ser manhã.

Um não serão dois em tempo algum.

Dois não serão solidão.

Semente nunca será flor.

(Adriana Falcão)

quinta-feira, novembro 24, 2005

Quando vai ser a próxima corrida?


Você venceu!
Você chegou onde queria.
Se lembra quando lhe disseram que a parada iria ser dura?
Muitos nem tentaram.
Muitos desistiram.
Muitos desanimaram.
Muitos falaram que não valia a pena.
Mas você chegou onde queria.
Foi difícil, a pista estava escorregadia.
Quantas pedras no meio do caminho.
Não eram todos que aplaudiam. Alguns o olhavam com olhar de descrença, diziam: - Coitado, é um sonhador.
Bolhas nos pés, tênis apertado, o suor escorrendo pelo rosto, a ladeira íngreme, e o dramático instante da dúvida: paro ou continuo?
Uma decisão apenas sua.

Alguns estavam caídos de cansaço e tédio.
Havia ainda um longo caminho pela frente,
e havia mais curvas do que retas.
Alguém o animou - Força, cara.
Alguém o provocou - E agora, cara?
Alguém tripudiou - Larga disso, cara.

Lembra? Você teve uma baita vontade de ir embora, de pegar suas coisas e dizer - Tchau mesmo, quero que tudo se lixe, pra mim chega, já dei minha cota, não tem mais jeito - e virar as costas à luta, à incompreensão, ao sacrifício.
Você teve vontade de ir para uma ilha deserta onde vertessem leite e mel.

Você olhou em frente. O horizonte era uma sombra parda.
Mas mesmo nessa hora tensa, pelo sim pelo não, você não parou de correr.
Talvez tenha diminuído o tamanho do passo, porque ninguém é de pedra e o coração da gente não pode ser medido com trena e compasso.
Mas você não parou porque sabia que no meio da multidão havia um recado mudo aguardando a sua decisão.
De sua decisão dependia a esperança de gente que você nem conhecia.
Então você tomou um fôlego, abriu o peito, e com os pés no chão e os olhos lá na frente, mandou ver.
Não importava tanto a colocação.
Você lutava para construir a sua parte no edifício do destino.

E foi seguindo.
Sem perceber, arrastou com seu exemplo muitos que pensavam em ficar no meio do caminho.
E você venceu.
Você chegou onde queria.

Ou você não venceu.
Você não chegou onde queria.
As coisas não deram certo, você tropeçou, havia um buraco, e outro buraco, e mais um buraco no chão feito de armadilha.
Você caiu, rolou, ah, houve gente que riu!
Alguém vaiou.
Você não venceu. Você não chegou onde queria.
Esfolou a pele, abriu ferida, em vez de estrelas o cobriu um manto cravejado de ridículo.
O suor de seu rosto foi em vão.
Em vão seus músculos latejaram.
Tudo em vão.
Apanhe seu embornal de mágoa, fique de mal com o mundo, abandone a pista.
Você teve a tentação.

Mas na multidão alguém esperava seu gesto de conquista.
Vamos, rapaz, esfregue a perna. Levante os ombros.
Não deixe que se apague o brilho dos seus olhos.
Escute o bater abafado do coração que insiste.
Você está vivo, e não está vivo à toa.

Você se levantou, se lembra? E a vaia lhe soou como sinfonia.
Recomeçou a corrida e quando, por fim, você chegou - não em primeiro, como sonhava - mas chegou, o de seu rosto parecia purpurina.
Todos pensavam que você estivesse satisfeito por haver chegado.
Então você recolheu os retalhos de suas forças e perguntou:
- Quando é que vamos disputar a próxima corrida?
E foi neste momento que você venceu e chegou onde queria.

domingo, novembro 20, 2005

Nada

Palavras não são nada se não forem ditas
Poemas não são nada se não forem recitados
Livros não são nada se não forem lidos
Dinheiro não é nada se não for bem gasto
Cultura não é nada se não for difundida
Conhecimento não é nada se não for compartilhado
Amor não é nada se não for desperdiçado
Raiva não é nada em todos os sentidos
Beleza não é nada se não for mostrada
Cidades não são nada se não forem visitadas
Cds não são nada se não forem escutados
Artistas não são nada se não forem aplaudidos
Vinho não é nada se não for degustado
Comida não é nada se não for saboreada
Sexo não é nada se não for bom pra ambos os dois, três, quatro....
Amigos não são nada se não estiverem sempre presentes
Família não é nada se não for onipresente
Um cigarro não é nada se não for bem tragado
Viagens não são nada se não forem bem narradas

E nós, o que nos devemos ser para não ser nada?

(autor desconhecido)

sábado, novembro 19, 2005

Desejo que em sua vida...











Não exista cara feia,
Não exista bolso furado,
Não exista vida apressada,
Muito menos grãos de areia.

Não exista tempo fechado,
Não exista problema dobrado,
Não exista sonho frustrado,
Muito menos amor acabado.

Não exista amigo esquecido,
Não exista negócio falido,
Não exista boato mexido,
Muito menos dinheiro sumido.

Não exista tempo nublado,
Não exista ambiente abafado,
Não exista corpo dobrado,
Muito menos bom senso abalado.

Não exista mágoa engolida,
Não exista emoção reprimida,
Não exista alma sofrida,
Muito menos felicidade perdida.

Só desejo que você seja feliz!

quinta-feira, novembro 17, 2005

A tigela de madeira

Um senhor de idade foi morar com seu filho, nora e o netinho de quatro anos de idade. As mãos do velho eram trêmulas, sua visão embaçada e seus passos vacilantes.

A família comia reunida à mesa. Mas, as mãos trêmulas e a visão falha do avô o atrapalhavam na hora de comer. Ervilhas rolavam de sua colher e caíam no chão. Quando pegava o copo, leite era derramado na toalha da mesa.

O filho e a nora irritaram-se com a bagunça.
- "Precisamos tomar uma providência com respeito ao papai", disse o filho.
- "Já tivemos suficiente leite derramado, barulho de gente comendo com a boca aberta e comida pelo chão."

Então, eles decidiram colocar uma pequena mesa num cantinho da cozinha. Ali, o avô comia sozinho enquanto o restante da família fazia as refeições à mesa, com satisfação. Desde que o velho quebrara um ou dois pratos, sua comida agora era servida numa tigela de madeira.

Quando a família olhava para o avô sentado ali sozinho, às vezes ele tinha lágrimas em seus olhos. Mesmo assim, as únicas palavras que lhe diziam eram admoestações ásperas quando ele deixava um talher ou comida cair ao chão.

O menino de 4 anos de idade assistia a tudo em silêncio.

Uma noite, antes do jantar, o pai percebeu que o filho pequeno estava no chão, manuseando pedaços de madeira.

Ele perguntou delicadamente à criança:
- "O que você está fazendo?"

O menino respondeu docemente:
- "Oh, estou fazendo uma tigela para você e mamãe comerem, quando eu crescer."
O garoto de quatro anos de idade sorriu e voltou ao trabalho.

Aquelas palavras tiveram um impacto tão grande nos pais que eles ficaram mudos.


Então lágrimas começaram a escorrer de seus olhos. Embora ninguém tivesse falado nada, ambos sabiam o que precisava ser feito. Naquela noite o pai tomou o avô pelas mãos e gentilmente conduziu-o à mesa da família. Dali para frente e até o final de seus dias ele comeu todas as refeições com a família.

E por alguma razão, o marido e a esposa não se importavam mais quando um garfo caía, leite era derramado ou a toalha da mesa sujava.

terça-feira, novembro 15, 2005

A Diferença


Havia uma fazenda onde os trabalhadores viviam tristes e isolados.
Os trabalhadores estendiam suas roupas surradas no varal e alimentavam seus magros cães com o pouco que sobrava das refeições.

Todos que viviam ali trabalhavam na roça do Sinhozinho, um homem rico e poderoso, que, dono de muitas terras exigia que todos trabalhassem duro pagando por isso muito pouco.

Um dia chegou ali um novo empregado.

Era um jovem agricultor em busca de trabalho.

Recebeu como todos uma velha casa onde iria morar enquanto trabalhasse ali.

O jovem vendo aquela casa suja e largada, resolveu dar-lhe vida nova.

Pegou uma parte de suas economias, foi até a cidade comprou algumas latas de tinta. Chegando em casa, em suas horas vagas,cuidou da limpeza, lixou as paredes com cores alegres e brilhantes, colocou flores nos vasos.

Aquela casa limpa e arrumada chamava a atenção de todos que passavam.

O jovem sempre alegre trabalhava feliz na fazenda.

Os outros trabalhadores lhe perguntavam:
- Como você consegue trabalhar feliz e sempre cantando com o pouco dinheiro que ganhamos?
O jovem olhou para os amigos e disse:
- Bem, este trabalho, hoje, é tudo o que eu tenho. Ao invés de blasfemar e reclamar prefiro agradecer por ele. Quando aceitei este trabalho sabia de suas limitações. Não é justo que agora que estou aqui, fique reclamando. Eu o aceitei e farei com capricho e amor aquilo que aceitei fazer.

Os outros olharam admirados. Como ele pode pensar assim?

Afinal, acreditavam ser vítimas das circunstâncias, abandonados pelo destino.

O entusiasmo do rapaz em pouco tempo chamou a atenção de Senhorzinho que passou a observar a distância os passos dele.

Um dia Senhorzinho pensou:
- Alguém que cuida com tanto cuidado e carinho da casa que emprestei, cuidará também com o mesmo capricho da minha fazenda. Ele é o único aqui que pensa como eu. Estou velho e preciso de alguém que me ajude na administração da fazenda.

Senhorzinho, foi até a casa do rapaz, e, após tomar um café fresco, ofereceu ao jovem um emprego de administrador da fazenda.

O rapaz prontamente aceitou.

Seus amigos agricultores novamente foram perguntar-lhe:

- O que faz com que algumas pessoas sejam bem sucedidas e outras não?

E ouviram com atenção a resposta:
- Não existe a realidade pronta, existe no homem, a capacidade de realizar!

Por isso, se você quer ver mudanças em sua vida, faça com o que você têm, e não espere as coisas serem solucionadas por si só.
Suas atitud es fazem a diferença.

(autor desconhecido)

sábado, novembro 12, 2005

Amigos sem face

Nós nos sentamos, encaramos nossas telas e digitamos. Todos nós desejamos saber tudo o que for possível.

Com nossos mouses vagamos pelos sites e chats, procurando algo ou alguém que tenha a nossa vibração.

Entre nós conversamos e digitamos nossas aflições, formamos um pequeno grupo, acima de qualquer inimigo.

Esperamos que alguém digite nosso nome, queremos o reconhecimento.

Mandamos beijos e abraços e às vezes até nos paqueramos!!!

Vamos ao nosso íntimo e nos revelamos.

É verdade, somos amigos, mas não sabemos porque!

Por que na tela somos corajosos? Contamos segredos que nunca foram contados.

Por que compartilhamos pensamentos com pessoas que não podemos ver, como se fossemos cegos?

A resposta é simples, límpida como cristal. Todos nós temos problemas e precisamos compartilhar com alguém.

Não podemos falar para as pessoas reais, eles nos julgariam... Assim, vamos ao computador, neles nós confiamos.

Embora pareça louco, a verdade permanece: Eles são nossos AMIGOS SEM FACE, estranhos sem nome!!

(Autor desconhecido)

quinta-feira, novembro 10, 2005

A Lenda

Numa terra em guerra, havia um rei que causava espanto.
Cada vez que fazia prisioneiros, não os matava, levava-os a uma sala, onde tinha um grupo de arqueiros em um canto e uma imensa porta de ferro do outro, na qual haviam figuras de caveiras cobertas de sangue.

Nesta sala ele os fazia ficar em círculo, e então dizia :
- Vocês podem escolher :
morrer flechados por meus arqueiros, ou passarem por aquela porta e por mim lá serem trancados.

Todos os que por ali passaram, escolhiam serem mortos pelos arqueiros.

Ao término da guerra, um soldado que por muito tempo servira o rei, disse-lhe :
- Senhor, posso lhe fazer uma pergunta ?
- Diga, soldado.
- O que havia por de trás de tão assustadora porta ?
- Vá e veja.

O soldado então a abre vagarosamente, e percebe que a medida que o faz, raios de sol vão adentrando e clareando o ambiente, até que totalmente aberta, nota que a porta levava a um caminho que sairia rumo a liberdade.

O soldado, admirado, apenas olha seu rei, que diz:
- Eu dava a eles a escolha, mas preferiram morrer a arriscar abrir esta porta.

E nós, quantas portas deixamos de abrir pelo medo de arriscar ?
Quantas vezes perdemos a liberdade e morremos por dentro, apenas por sentirmos medo de abrir a porta de nossos sonhos ?

terça-feira, novembro 08, 2005

Perguntas a Madre Tereza


Qual o dia mais bonito?
HOJE.

Qual a coisa mais fácil?
EQUIVOCAR-SE.

Qual o maior obstáculo?
O MEDO.

Qual o maior erro?
ABANDONAR-SE.

Qual a raiz de todos os males?
O EGOÍSMO.

Qual a mais bela distração?
O TRABALHO.

Qual a pior derrota?
O DESALENTO.

Quem são os melhores professores?
AS CRIANÇAS.

Qual a primeira necessidade?
COMUNICAR-SE.

O que faz mais feliz?
SER ÚTIL A OUTROS.

Qual o maior mistério?
A MORTE.

Qual o pior defeito?
O MAU HUMOR.

Qual a pessoa mais perigosa?
A MENTIROSA.

Qual o pior sentimento?
O RANCOR.

Qual o presente mais bonito?
O PERDÃO.

O que é mais imprescindível?
O LAR.

Qual a estrada mais rápida?
O CAMINHO CORRETO.

Qual a sensação mais gratificante?
A PAZ INTERIOR.

Qual o melhor remédio?
O OTIMISMO

Qual a maior satisfação?
O DEVER CUMPRIDO.

Qual a força mais potente do mundo?
A FÉ.

Quais as pessoas mais necessárias?
OS PAIS.


Qual a coisa mais bela de todas?
O AMOR...

sábado, novembro 05, 2005

Mães más


Meus filhos, um dia, quando vocês forem crescidos o suficiente para entender a lógica que motiva os pais e as mães, eu hei de lhes dizer / perguntar:

* Eu os amei o suficiente para ter perguntado: aonde vão, com quem vão e a que horas regressarão?

* Eu os amei o suficiente para não ter ficado em silêncio e fazer com que vocês soubessem que aquele novo amigo não era boa companhia.

* Eu os amei o suficiente para os fazer pagar as balas que tiraram da mercearia e os fazer dizer ao dono: "nós roubamos isto ontem e queríamos pagar".

* Eu os amei o suficiente para ter ficado em pé junto de vocês por uma hora, enquanto limpavam o seu quarto; tarefa que eu teria realizado em quinze minutos.

* Eu os amei o suficiente para os deixar ver além do amor que eu sentia por vocês, o desapontamento e também as lágrimas nos meus olhos.

* Eu os amei o suficiente para os deixar assumir a responsabilidade das suas ações, mesmo quando as conseqüências eram tão duras que me partiam o coração.

* Mais do que tudo, eu os amei o suficiente para dizer-lhes não, quando eu sabia que vocês poderiam me odiar por isso.


* Essas eram as mais difíceis batalhas de todas. Estou contente..., venci... porque no final vocês venceram também!

* E, qualquer dia, quando meus netos forem crescidos o suficiente para entender a lógica que motiva os pais e as mães, meus filhos vão lhes dizer quando eles lhes perguntarem se a sua mãe era má: "sim... nossa mãe era má".

* Era a mãe mais má do mundo. As outras crianças comiam doces no café da manhã e nós tínhamos de comer pão, queijo, leite."

* As outras crianças bebiam refrigerante e comiam batatas fritas e sorvete no almoço e nós tínhamos de comer arroz, feijão, carne, legumes e frutas.

* Ela nos obrigava a jantar à mesa, bem diferente das outras mães, que deixavam os filhos comer vendo televisão. Ela insistia em saber onde nós estávamos a toda hora. Era quase uma prisão.

* Mamãe tinha que saber quem eram os nossos amigos e o que nós fazíamos com eles. Insistia que lhe disséssemos quando íamos sair, mesmo que demorássemos só uma hora ou menos.

* Nós tínhamos vergonha de admitir, mas ela violou as leis de trabalho infantil. Nós tínhamos de lavar a louça, fazer as camas, lavar a roupa, aprender a cozinhar, aspirar o pó do chão, esvaziar o lixo e todo o tipo de trabalhos cruéis.

* Eu acho que ela nem dormia à noite, pensando em coisas para nos mandar fazer.

* Ela insistia sempre conosco para lhe dizer a verdade, e apenas a verdade.

* E quando éramos adolescentes, ela até conseguia ler os nossos pensamentos.

* A nossa vida era mesmo chata. Ela não deixava os nossos amigos tocarem a buzina para que nós saíssemos.

* Tinham de subir, bater na porta para ela os conhecer. Enquanto todos podiam sair à noite com doze, treze anos, nós tivemos de esperar pelos dezesseis.

* Nossos amigos dirigiam o carro dos pais mesmo sem ter habilitação, mas nós tivemos que esperar os dezoito anos para aprender, como pede a lei.

Por causa da nossa mãe, nós perdemos muitas experiências da adolescência.
* Nenhum de nós esteve envolvido em roubos, atos de vandalismo, violação de propriedade, nem fomos presos por nenhum crime.

* Foi tudo por causa dela. Agora já saímos de casa. Somos adultos, honestos e educados, e estamos fazendo o possível para ser, também, "pais maus", tal como a nossa mãe.

Eu acho que este é um dos males do mundo de hoje: não há suficientes mães más como a nossa mãe o foi...

(autor desconhecido)

sexta-feira, novembro 04, 2005

Estação das Perdas

Há horas em nossa vida que somos tomados por uma enorme sensação de inutilidade, de vazio.
Questionamos o porquê de nossa existência e nada parece fazer sentido.
Concentramos nossa atenção no lado mais cruel da vida, aquele que é implacável e a todos afeta indistintamente:
As perdas do ser humano.

Ao nascer, perdemos o aconchego, a segurança e a proteção do útero.
Estamos, a partir de então, por nossa conta. Sozinhos.
Começamos a vida em perda e nela continuamos.
Paradoxalmente, no momento em que perdemos algo, outras possibilidades nos surgem.
Ao perdermos o aconchego do útero, ganhamos os braços do mundo.
Ele nos acolhe: nos encanta e nos assusta, nos eleva e nos destrói.
E continuamos a perder e seguimos a ganhar.
Perdemos primeiro a inocência da infância.
A confiança absoluta na mão que segura nossa mão, a coragem de andar na bicicleta sem rodinhas por que alguém ao nosso lado nos assegura que não nos deixará cair...
E ao perdê-la, adquirimos a capacidade de questionar.
Por que? Perguntamos a todos e de tudo.
Abrimos portas para um novo mundo e fechamos janelas, irremediavelmente deixadas para trás.

Estamos crescendo.
Nascer, crescer, adolescer, amadurecer, envelhecer, morrer.

Vamos perdendo aos poucos alguns direitos e conquistando outros.
Perdemos o direito de poder chorar bem alto, aos gritos mesmo, quando algo nos é tomado contra a vontade.
Perdemos o direito de dizer absolutamente
tudo que nos passa pela cabeça sem medo de causar melindres.
Assim, se nossa tia às vezes nos parece gorda tememos dizer-lhe isso.

Receamos dar risadas escandalosamente da bermuda ridícula do vizinho ou puxar as pelanquinhas do braço da vó com a maior naturalidade do mundo e ainda falar bem alto sobre o assunto.
Estamos crescidos e nos ensinam que não devemos ser tão sinceros.
E aprendemos.
E vamos adolescendo
ganhamos peso,
ganhamos, seios,
ganhamos pelos,
ganhamos altura,
ganhamos o mundo.
Neste ponto, vivemos em grande conflito.
O mundo todo nos parece inadequado aos nossos sonhos
ah! os sonhos!!!
Ganhamos muitos sonhos.
Sonhamos dormindo, sonhamos acordados, sonhamos o tempo todo.

Aí, de repente, caímos na real!
Estamos amadurecendo, todos nos admiram.
Tornamo-nos equilibrados, contidos, ponderados.
Perdemos a espontaneidade.
Passamos a utilizar o raciocínio, a razão acima de tudo.
Mas não é justamente essa a condição que nos coloca acima (?) dos outros animais?
A racionalidade, a capacidade de organizar nossas ações de modo lógico e racionalmente planejado?

E continuamos amadurecendo ganhamos um carro novo,
um companheiro, ganhamos um diploma.
E desgraçadamente perdemos o direito de gargalhar, de andar descalço, tomar banho de chuva,
lamber os dedos e soltar pum sem querer.
Mas perdemos peso!!!
Já não pulamos mais no pescoço de quem amamos e tascamos - lhe aquele beijo estalado, mas apertamos as mãos de todos, ganhamos novos amigos, ganhamos um bom salário, ganhamos reconhecimento, honrarias, títulos honorários e a chave da cidade.
E assim, vamos ganhando tempo, enquanto envelhecemos.

De repente percebemos que ganhamos algumas rugas, algumas dores nas costas (ou nas pernas), ganhamos celulite, estrias, ganhamos peso, e perdemos cabelos.
Nos damos conta que perdemos também o brilho no olhar, esquecemos os nossos sonhos,
deixamos de sorrir. Perdemos a esperança. Estamos envelhecendo.

Não podemos deixar pra fazer algo quando estivermos morrendo.
Afinal, quem nos garante que haverá mesmo um renascer, exceto aquele que se faz em vida,
pelo perdão a si próprio, pelo compreender que as perdas fazem parte, mas que apesar delas,
o sol continua brilhando e felizmente chove de vez em quando, que a primavera sempre chega após o inverno, que necessita do outono que o antecede.

Que a gente cresça e não envelheça simplesmente.
Que tenhamos dores nas costas e alguém que as massageie.
Que tenhamos rugas e boas lembranças.
Que tenhamos juízo mas mantenhamos o bom humor e um pouco de ousadia.
Que sejamos racionais, mas lutemos por nossos sonhos.
E, principalmente, que não digamos apenas eu te amo, mas ajamos de modo que aqueles a quem amamos, sintam-se amados mais do que saibam-se amados.

Afinal, o que é o tempo?
Não é nada em relação a nossa grande missão.
E que missão!
Que missão? Não uma pregressa...
Mas a que você acaba de decidir tomar nas mãos!
Fique em Paz!

(autor desconhecido)

quarta-feira, novembro 02, 2005

Você sabe quanto é feliz?

Se você acordou esta manha com mais saúde do que doença... você é mais abençoado do que o milhão que não sobreviverá esta semana.

Se você nunca passou pelo perigo de uma batalha, a solidão de uma prisão, a agonia de uma tortura, ou as aflições da fome, você esta à frente de quinhentos milhões de pessoas no mundo.

Se você pode freqüentar uma seção de igreja sem o medo de molestamento, prisão, tortura ou morte... você é mais abençoado do que três bilhões de pessoas no mundo.

Se você tem comida no refrigerador, roupa no corpo, um telhado sobre a cabeça e um lugar para dormir, você é mais rico do que setenta e cinco por cento desse mundo.

Se você tem dinheiro no banco, na carteira e trocados em algum lugar... você está entre os oito por cento no topo desse rico mundo.

Se você mantém sua cabeça erguida com um sorriso no rosto e é realmente agradecido... você é abençoado porque a maioria pode, mas não o faz.

Se você segura a mão de alguém, o abraça ou mesmo o toca no ombro... você é abençoado porque está a oferecer o toque do amor de Deus.

Se você pode ler esta mensagem, você recebeu o dobro de benção daquele que pensou em você, e mais, você é mais abençoado do que dois bilhões no mundo que absolutamente não podem ler.

Tenha um bom dia, conte suas bênçãos, e passe diante para lembrar a todos quanto abençoados nos somos.

terça-feira, novembro 01, 2005

O Limite é o Universo


Um certo homem, enquanto caminhava pela floresta, encontrou uma pequena águia. Levou-a para casa, colocou-a no seu galinheiro, onde logo ela aprendeu a se alimentar como as galinhas e a se comportar como elas.

Um dia, um naturalista que ia passando por ali perguntou-lhe por que uma águia, a rainha de todos os pássaros, deveria ser condenada a viver no galinheiro como as galinhas.

- Depois que lhe dei comida de galinha e a eduquei para ser uma galinha, ela nunca aprendeu a voar - replicou o dono. - Comporta-se como uma galinha, não é mais uma águia.

- Mas... - insistia o naturalista - ..ela tem coração de águia e certamente poderá aprender a voar.

Depois de falar muito sobre o assunto, os dois homens concordaram em descobrir se isso seria possível. Cuidadosamente o cientista pegou a águia nos braços e disse:

- Você pertence aos céus, e não à terra. Bata as asas e voe!

A águia, entretanto, estava confusa; não sabia quem era, e, vendo as galinhas comendo, pulou para ir juntar-se a elas. Inconformado, o naturalista levou a águia no dia seguinte para uma alta montanha. Lá segurou a rainha dos pássaros bem no alto e encorajou-a de novo, dizendo:

- Você é uma águia. Você pertence ao céu e à terra. Bata bem as asas agora e VOE!

A águia olhou em torno, olhou para o galinheiro e para o céu. Ainda não voou. Então o cientista levantou-a na direção do sol e a águia começou a tremer...lentamente abriu as asas. Finalmente, com um grito de triunfo, levantou vôo para o céu.

Pode ser que a águia ainda se lembre das galinhas com saudades; pode ser que ainda, ocasionalmente, torne a visitar um galinheiro. Mas até onde foi possível saber, nunca mais voltou a viver como galinha.
ELA ERA UMA ÁGUIA, embora tivesse sido mantida e domesticada como galinha.

Se por acaso bater um medinho, busque alguém que o leve a enxergar e sentir a força que tem as suas asas.... Mas a sua trajetória SÓ VOCÊ pode fazer...VOE COM SUAS PRÓPRIAS ASAS! O ritmo, o momento, é você quem escolhe. Não vá ficar com "asas cruzadas".

Viver é preciso...arriscar é preciso...voar é preciso.

Você É UMA ÁGUIA!!! VOE! O limite é o Universo.


(autor desconhecido)